Quando você pensa no Uyuni eu aposto que a primeira imagem que vem na sua mente é o famoso Salar, acertei?! Claro, é a parte mais esperada do passeio. Mas posso afirmar que você irá se surpreender muito mais com as fascinantes paisagens da Bolívia entre desertos, vulcões e lagunas. É uma viagem de arrancar suspiros.
O tour para o Uyuni me fascinou, não é atoa que é um dos destinos que atrai milhares de visitantes do mundo todo e em todas as épocas do ano que vão em busca de aventura e muita natureza.
Confere esse post que está recheado de informações, roteiro, dicas importantes e fotos das paisagens mais lindas da Bolívia.
Sobre o Tour
Primeiramente você tem que saber que o Salar de Uyuni é uma entre outras atrações que você visita durante o tour. Você escolhe quantos dias quer ficar na estrada à caminho da cidade de Uyuni e durante o trajeto os guias vão parando em diversos locais, sendo que o Salar é apenas um deles.
Contratar uma agência para fazer o tour é a melhor opção, já que os guias conhecem muito bem a região. Ir de carro pode ter alguns riscos, como dar algum problema no carro e não ter ninguém para ajudar ou até mesmo se perder no caminho, até porque muitas das estradas não tem demarcações pelo chão.
Você tem a opção de fazer o Tour de 4 dias ou 3 dias saindo de San Pedro do Atacama. O de 4 dias e 3 noites você retornará para San Pedro e o de 3 dias e 2 noites você ficará na cidade de Uyuni – esse último é para aqueles que querem continuar explorando a Bolívia, geralmente os turistas vão visitar a cidade de La Paz.
Você também pode fazer suas excursões saindo da cidade de Uyuni, tem de 1, 2 ou 3 dias – o de 3 dias você opta em ir para San Pedro de Atacama ou retornar ao Uyuni.
Minha experiência
Não foi lá muito boa com a agência que contratei. Comprei o pacote pela Denomades e a agência tercerizada foi a World White Travel.
Ahhh Georgia, mas você sabia que viajar pra lá iria passar por perrengue. Sim, eu sabia que pagar pelo tour mais barato teria mais “aventura”, que as acomodações seriam bem simples, que teriam banhos gelado, noites mal dormidas e principalmente os sintomas de mal de altitude. Mas não imaginava que um dos motoristas ficaria pescando enquanto dirigia e o outro motorista achando que estava levando porcos numa velocidade altíssima e fazendo a gente pular igual pipoca dentro do 4×4.
É só por isso que não indico essa agência. A que indico é a Salar Andino que foi a agência que uma galerinha brasileira contratou. Nos esbarramos direto nos passeios e trocamos várias idéias sobre como estava sendo o tour, e eles não tiveram o que reclamar, disseram que a hospedagem, comida e motorista eram dos melhores. Sendo que foi o mesmo preço que paguei.
Quais documentos preciso?
Para viajar para a Bolívia você precisará da sua carteira de identidade ou seu passaporte válido. Não precisa de visto.
Eles exigem vacina de febre amarela. O passo a passo é simples e não paga nada: vá até um posto de saúde da sua cidade, vacine-se até 10 dias antes da sua viagem. Faça o pré-cadastro no CIVNET clicando aqui. Depois vá até uma unidade emissora de CIVP na sua cidade (clique aqui para saber o local mais próximo de você) e lembre de levar a carteira de vacinação e um documento com foto.
Não esqueçam de fazer o Seguro Viagem – vale lembrar que algumas bandeiras/bancos te dão o seguro viagem desde que você compre as passagens com o cartão de crédito.
Quanto custa?
Depende o quanto você quer investir. Quer aventura e sentir um pouco da vida dos nativos? Ou quer mais comodidade num hotel mais sofisticado?
O preço de tours mais em conta podem variar, para 4 dias e 3 noites sai por 140 a 170 mil pesos chilenos dependendo a temporada. E de 115 a 130 mil pesos chilenos para o tour de 3 dias e 2 noites. Dependendo qual agência você escolher, alguns podem ter um carro ou oferecer hostels mais confortáveis.
Agora os tours privados são mais carinhos, mas tem hospedagens fantásticas com muito mais conforto. O valor para 4 dias e 3 noites inicia a partir de 290 mil pesos chilenos por pessoa em grupo de 6 e com acomodações em hostels. Já para os hotéis mais chiques, o preço sobe exorbitantemente, chegando a quase 440 mil pesos chilenos por pessoa em grupo de 6.
Além desse valor pago para a agência você tem que levar pelo menos 250 bobs para as entradas dos parques, comprar água, snacks e ir ao banheiro. Para comprar algumas lembrancinhas leve mais dinheiro.
Eu pensei em levar 350 por prevenção. Mas eu super lesada, levei R$350 e troquei pelos bobs. Daí fui rica pra lá né? Levei mais de 600 bobs, só mais que o dobro necessário. E neeeem me toquei disso. Quando estava no final da viagem que fui percebendo que o dinheiro não acabava mais. Aí aproveitei que paramos numa vilazinha e me ataquei em comprar cachecol e lembrança pra família. Porque voltar com bobs não é muito interessante. Mas mesmo assim, ainda sobrou uns trocados e tive que trocar por pesos chilenos, acredito que perdi uns 15 reais nessa troca.
Clima/Quando ir
Antes e depois que o sol aparece as temperaturas são muito baixas. No inverno eu não consigo nem imaginar o que as pessoas passam para dormir, dizem que a temperatura pode chegar a -25º graus. Coragem. Mas depois que o sol dá o ar da graça as temperaturas aumentam. Por isso sempre falam para ir vestido em camadas.
Fomos no mês de novembro quando o clima estava moderado. As noites eram frias, mas dava para dormir tranquilamente sem precisar do saco de dormir. E durante o dia o frio dava uma amenizava quando o sol chegava.
Agora quando ir? Depende, quer ver o Salar com água ou seco?
O salar seco fica todo branquinho, coisa mais linda. Vai de meados de maio até novembro, as vezes até dezembro.
O salar molhado forma um espelhão que reflete o céu no chão, fica fantástico. É na época de chuvas entre dezembro a março.
O que preciso saber antes de ir
Altitude
Durante o tour as altitudes vão variando. Saindo de San Pedro, o primeiro dia chega a alcançar 4.900 metros de altitude, é o dia mais complicado para a adaptação do corpo, já que San Pedro de Atacama está a 2.400 metros acima do nivel do mar. Para piorar a noite de sono é/pode ser um pouco desconfortável no hostel que está acima de 4.000 metros de altitude.
Agora para os que iniciam o tour pelo Uyuni, são os últimos dias que atingem a parte mais alta do passeio. Mas já fiquei sabendo que eles não sofrem tanto, porque por lá a altitude está próxima aos 3.650 metros de altitude – estão bem mais aclimatados.
Mal de montanha ou soroche é o nome dado a esse desconforto nas alturas. Você pode sentir falta de ar, náusea, tontura, dor de cabeça e fadiga facilmente.
Para melhorar basta não se mexer muito, masque folhas de coca, deite para que o oxigênio estabilize e tome muita água. Nos casos mais graves é necessário usar oxigênio, tomar remédio para enjoô ou até mesmo voltar para altitudes mais baixas.
Para evitar que isso aconteça mantenha-se sempre hidratado, tome muita água, evite comer muito, tomar bebidas alcoólicas e tente descansar bastante a noite.
Outra dica é ficar 3, 4 dias em San Pedro de Atacama ou no Uyuni para se aclimantar.
Vestimenta
Se vestir em camada é essencial. Uma blusa de manga curta + blusa térmica + blusa de fio/lã ou moletom + jaqueta corta vento, é a forma de não passar frio e nem calor, pois de manhã faz muitooo frio, durante o dia esquenta e quando anoitece o frio volta novamente.
O que levar:
- Roupa para banho.
- Chinelo, tênis de trekking/bota.
- Blusas e calças segunda pele.
- Regatas e Blusa de lã/moletom.
- Jaqueta corta vento.
- Toca, cachecol, luva.
- Óculos de sol.
Cuidados pessoais e medicamentos
Lembre que na primeira noite seu Hostel pode ser simples e não ter água para banho ou água quente. Então leve lenço umidecido para seu banho sintético.
O que levar:
- Protetor solar e protetor labial.
- Creme hidratante – não é frescura, sua pele fica igual a de um crocodilo.
- Óleo de coco ou Maxidrate para o ressecamento do nariz – O Maxidrate usei e gostei bastante.
- Papel higiênico – não esqueçaaaa.
- Lenço umidecido para quando não tiver água no hostel.
- Toalha – para ocupar menos espaço, uma toalha de rosto já quebra um galho.
- Folha de coca – você encontra na feirinha de San Pedro para comprar – Os guias geralmente têm no carro.
- Medicamentos para dor de cabeça, enjoo e dores em geral – se informe com x farmacêuticx qual remédio pode ser usado na altitude, porque tem alguns princípios ativos que podem fazer mal.
- Recomenda-se levar 3 litros de água por pessoa – no segundo dia é possível comprar água novamente.
Outros
- 250 a 350 pesos bolivianos (BOB)
- Seu PDI (papel entregue quando você entra no Chile) e seu passaporte.
- Lanterna – alguns hostels a energia funciona só até as 22h.
- Baterias extras e power bank.
- Saco de dormir para o inverno – não achei necessário quando fui.
Lembre que você poderá ficar sem internet e sem sinal durante o tour.
Roteiro
Primero dia
Fomos no final de Novembro. A agência nos buscou no hostel que estávamos hospedadas em torno das 6h30 da manhã. Levamos todas as nossas bagagens, incluindo a água de 3 litros para os primeiros 2 dias da viagem.
Fomos em direção à fronteira do Chile com a Bolívia, a primeira parada foi no complexo Hito Cájon – imigração chilena. Enquanto aguardamos a abertura do portão, dentro da van preenchemos nossos dados em uma folha de registro de imigrantes. O tempo de espera foi de mais ou menos 1 hora, depois entramos na fila para que nossos documentos juntamente com o PID fossem checados.
Nossa segunda parada foi na imigração da Bolívia. Lá você mostra novamente os documentos para os oficiais, sem muita demanda, não há inspeção de malas igual em aeroportos. Nessa hora é feita a divisão do grupo de 6 pessoas para efetuar a troca da van para o carro 4×4 e é servido o café da manhã.
Todas as bagagens maiores são colocadas em cima do carro e cobertas por uma lona para não sujar de poeira. Por isso, pegue todos os seus pertences que usará no dia, como dinheiro, camêra, celular, garrafa de água, roupa de banho para quem for de San Pedro do Atacama e protetor solar. Não esqueçam de levar alguns snacks para comer no intervalo das refeições.
Laguna Blanca e Laguna Verde
Para entrar na Reserva Nacional pagamos 150 bobs. Agora sim, tudo pronto, todos no carro e alguns minutos para chegar no nosso primeiro destino, a Laguna Blanca, uma lagoa bem clarinha e no horizonte a vista das cordilheiras. Lugar lindooo demais. Em seguida fomos até a Laguna Verde, a água tem esse tom devido aos elementos – arsênico, chumbo, magnésio… que há nela, e dependendo do clima a cor altera para mais claro ou mais escuro. Fica a 4.000 de altitude e de frente para o vulcão Licancabur. O interessante é que devido a alta concetração de minerais, a Laguna Verde nunca congela e não tem nenhum tipo de vida.
Deserto de Dalí e Águas Termales
Andamos alguns quilômetros em meio ao deserto até chegar na região conhecida como Deserto Salvador Dalí, conhecida por esse nome devido ao formato das pedras que lembram algumas das obras do artista.
Depois fomos até as Termas de Polques, no qual tem duas piscinas de águas vulcânicas quentinhas em torno de 30 a 35 graus. O custo para entrar e utilizar as instalações é de 6 bobs. De frente às termas você pode admirar o Salar de Chalviri.
Géisers Sol de Mañana
Seguimos para os Géisers Sol de Mañana, uma parte com atividades vulcânicas em meio ao deserto, com várias crateras, lavas e vapores.
Você pode arriscar a sua vida e andar ao redor das crateras cheia de lamas com temperaturas altas para ver bem de pertinho, mas cuidado para não escorregar e sair tipo o Jason Vorhees hahaha. Brincadeira a parte, a falta de segurança do local é um tanto preocupante mesmo. Tente prestar muito atenção por onde pisa e evite respirar muito a fumaça fedorenta, que é cheia de gases tóxicos.
Laguna Colorada
Uma paradinha rápida no Sol de Mañana e fomos para o nosso hostel que ficava em frente a Laguna Colorada. Almoçamos e em seguida fomos à laguna.
Agora imaginem um lugar que venta e faz muito frio. Na subida para o miradouro é onde o vento é mais forte e onde você é coberto por muita poeira, mas vale a pena subir e ter a vista panorâmica da laguna, que é absurdamente linda.
O tom avermelhado é por causa das algas presentes que liberam uma substância para se protegerem do sol e as partes brancas são as ilhas de sal. Por lá você encontra muitas lhamas fofas e várias espécies de flamingos.
Hostel – primeira noite
Em nossa primeira hospedagem nossas refeições foram bem saborosas. Não tinha água quente para tomar banho (por isso leve lenço umidecido, porque é preciso ter muita coragem para encarar um banho gelado no frio do deserto). Tive uma noite mal dormida por causa da aclimatação – isso acontece com algumas pessoas, dependendo do organismo. Conseguimos carregar as baterias do celulares e da câmera em uma tomada próximo a cozinha. Vale lembrar que a energia vai até as 22h.
Segundo dia
Acordamos cedinho, arrumamos nossas malas para colocar na 4×4, tomamos café e seguimos para o próximo destino.
Lembre de deixar seus pertences que usará durante o dia na sua mala de mão.
Primeira parada foi na Arbol de Piedra, a famosa pedra semelhante a uma árvore, que foi esculpida pela erosão causada pelo vento. Além dela, tem diversas espalhadas pelo deserto. Não achei muito interessante, mas sei que é um ótimo lugar pra fazer xixi escondido nas pedras haha – os bolivianos chamam isso de banheiro Inca – por isso sempre deixe o papel higiênico em mãos.
Vale lembrar que essa região fica a mais ou menos 5.000 metros do nivel do mar. Então tente não se aventurar muito nas escaladas nas pedras e nas corridas. Aquele pulinho da foto abaixo já me deixou sem fôlego hehe.
Seguimos o caminho pelo Deserto Siloli e fizemos uma paradinha em meio ao deserto para ver os coelhinhos selvagens – achei eles umas fofuras.
Vulcão Ollague
Paradinha rápida no mirante para ver o Vulcão Ollague que fica na fronteira da Bolívia com o Chile. Dá para enxergar o pouquinho de fumaça na ponta do vulcão que ainda continua ativo.
Lagunas Altiplânicas
Nem dá pra imaginar que num dos lugares mais áridos do mundo, pode se encontrar tanta beleza. As Lagunas Altiplânicas é um conjunto de lagos próximos um ao outro, que na minha opinião está entre os lugares mais bonitos do tour.
Primeiro paramos na Laguna Honda que está a 4.150 metro de altitude, sua água é bem clarinha. Depois seguimos para a Laguna Hedionda, que tem uma grande quantidade de elementos tóxicos e onde migram vários flamingos. Em seguida fomos à Laguna Cañapa, por lá fizemos uma pausa para o almoço e um descanso. Na Cañapa você pode usar o banheiro por 5 bobs.
Salar de Chiguana
Seguimos para a última parada do dia, o Salar de Chiguana que está a 3.650 metros de altitude e tem 415 km2. Ele não é tão branquinho e bonito quanto ao Salar do Uyuni porque o sal se mistura com a areia. Então a atração mesmo é o trilho de trêm que atravessa o salar.
Hostel – segunda noite
Antes de chegar ao hostel, os guias passaram numa vendinha que fica a poucos minutos da acomodação para que todos comprassem mais água e snacks.
O hostel é feito inteiro de sal. Os tijolos de sal, o chão e até os móveis. Até fiquei pensando, como ele limpam o chão? hahaha enfim, a coisa certa a se fazer é não ficar pensando nisso.
A estrutura é super diferente e interessante, porém incomoda um pouquinho tomar banho, colocar o chinelo e sujar os dedos de sal. Massss, muito melhor uns dedinhos sujos e um banho quente, do que ficar sem tomar banho – igual na primeira noite.
E outra coisa boa é que tinha tomada nos quartos, aeee.. finalmente conseguimos carregar todas as nossas baterias sem ficar preocupadas em deixar eles no meio do hostel.
Jantamos frango com batata e salada. Até ganhamos um vinho para acompanhar a refeição. Logo depois do jantar, o guia nos deu duas opções para o dia seguinte, sair as 04h00 da manhã e ver o nascer do sol no Salar do Uyuni, ou dormir duas horas a mais e perder o espetáculo.
Ainda bem que nosso grupo decidiu sair por volta das 04h00. E apesar de dormir menos, consegui dormir bem melhor – a altitude já estava menor e meu corpo mais aclimatado.
Terceiro dia
Já deixamos nossas malas arrumadas antes de dormir. Acordamos 03h30, nos trocamos rapidamente e 03h55 já estávamos de frente ao carro com todas as bagagens para serem erguidas. Saímos 04h00 em ponto e seguimos para o Salar do Uyuni.
Ainda não havia amanhecido, estava tudo escuro e não haviam placas de sinalizações e nem estrada – o que dá um certo receio. Mas os guias sabem o caminho de olhos fechados e literalmente, porque nosso motorista aproveitou para dar umas cochiladas enquanto dirigia hahaha.
Nem fiquei tão preocupada porque sabia que bater em alguma coisa ele não ia e eu estava com tanto sono que aproveitei para dar mais uma dormidinha.
Salar do Uyuni
Depois de 1 hora de viagem chegamos “salvos” no local mais aguardado, o Salar do Uyuni que está a 3.600 acima do mar e tem por volta de 10.000km2.
Estudos dizem que a milhares de anos atrás o salar era um enorme lago salgado que secou por infiltração, devido a formação das cordilheiras dos Andes.
Além da imensidão de sal, também existem algumas ilhas, sendo a mais conhecida a Isla Incahuasi ou Inkawasi (que traduzindo é Casa dos Incas). Acredita-se que os Incas usavam essa Ilha como abrigo quando atravessavam o salar.
A Isla Incahuasi foi o que restou de um vulcão que era submerso pelas águas e hoje contém milhares de cactos gigantes, muitos com mais de 1.000 anos. É algo surreal.
Para você fazer a trilha o custo é de 30 bobs. A subida dura cerca de 15 minuto e é cansativa em razão da altura. Mas faça no seu tempo, suba, sente por alguns minutos, contemple a paisagem e continue até o topo, onde você terá a vista panorâmica do salar.
Observar a imensidão do salar branquinho e admirar o sol nascendo no horizonte é extremamente emocionante – jamais troque essa experiência por mais horas de sono.
Em épocas de chuva (janeiro e feveireio) não é possível visitar a Isla Incahuasi.
Depois de gastar muita energia pela trilha, descemos para fazer nosso desjejum de frente para a Ilha – que é onde todos tomam o café para depois seguirem viagem.
Com o café da manhã tomado, voltamos para o 4×4 e continuamos desbravando o salar. Fizemos aquela parada para as fotos clichês de perspectiva. E depois de muuuuitas tentativas eu e minha amiga conseguimos fazer. Nosso guia até que tentava tirar algumas fotos para nós, mas acredito que o álcool ainda estava fazendo efeito e acho que a visão estava distorcida, daí as fotos ficaram tortas.
Por isso não indico nossa agência. Ter um guia de ressaca é realmente decepcionante.
Outros guias que estavam perto da gente tiraram umas fotos bem legais do pessoal.
Depois de temperar a roupa toda de sal, seguimos para o Hotel de Sal Playa Blanca que hoje está desativado e serve como museu – só aproveitamos para ir ao banheiro, tirar fotos nas bandeiras deixadas pelos turistas do mundo todo e ver de pertinho o Monumento Dakar feito em homenagem a passagem do Rally Dakar no Uyuni.
Povoado de Colchani
Saímos em direção à Comunidade Colchani, uma região com feirinhas de artesanatos feitos de sal pelos nativos, roupas e comidas regionais. É um ótimo lugar para comprar lembranças e roupas baratas.
Cemitério de Trens
Nossa última parada antes do almoço foi no Cemitério de Trens. A ferrovia foi construída no início do século 19 e no início do século 20 entrou em desuso depois de terem conflitos com países vizinhos e também por terem algumas dificuldades técnicas.
Hoje ele é praticamente todo enferrujado devido a exposição aos ventos salgados. E acho que isso é o que deixa ele mais fascinante.
O horário que a agência nos leva é cheio de gente. Se o seu guia for paciente, deixe todos os turistas irem embora e tire umas fotos maneiras bem rapidinho hehe.
Saímos do Cemitério dos Trens e fomos almoçar em um restaurante que tinha internet. Aí tu imagina a cena quando eu cheguei, tive até que tirar uma foto – é tipo, o desespero de quem ficou 3 dias sem internet hahaha.
Colcha K.
Saímos do almoço e antes de chegar em nosso hostel fizemos uma paradinha rápida na cidade de Colcha K para explorar um pouco da cultura deles.
Depois fomos levados até a agência no centro do Uyuni para trocarmos de motorista e de 4×4. Foi aí que pegamos aquele motorista de “rali” que dirigia igual um doido fazendo a gente pular dentro do carro.
Hostel – Terceiro dia
Foi o lugar mais simples que ficamos, o Hotel Villa Mar. Nosso quarto tinha uma mancha vermelha manchada na parede – tipo sangue escorrido. O chuveiro pagamos 10 bobs e em alguns momentos a água te escaldava, outra te congelava. A comida foi uma sopa de água e o macarrão tinha um molho mega salgado. Além de não ter tomada e eu ter que sair escondida a procura de uma.
O hostel tinha pouca estrutura, mas pelo que observei eles estão aumentando e fazendo reformas.
Quarto dia
Acordamos as 05h00 e fomos diretamente para a fronteira da Bolívia. Aguardamos a abertura e fizemos a imigração. Nos falaram que todos tinham que pagar uma taxa de 15 bobs. E no fim não nos cobraram, nem do pessoal que mora na América do Sul, nem dos gringos. Achamos estranho, vai ver o oficial estava de bom humor.
Aguardamos a chegada das vans para tomar café, trocar de automóvel e seguir para a fronteira do Chile.
Lembre que para entrar no Chile você não pode levar qualquer tipo de comida in natura, apenas industrializados – descarte suas folhas de coca.
Eles revistam toda a sua mala – o meu revistou bem por cima, mas tem uns que são bem encrenqueiros.
Com a vistoria das malas e a imigração feita, partimos para San Pedro super cansadas, mas com a satisfação de ter conhecido um pedacinho maravilhoso desse mundão.